Roberto Martínez: “Pedro Gonçalves é um jogador com azar…”
Roberto Martínez diz que não fala com os técnicos dos “grandes” tanto quanto gostaria porque conhece a exigência do trabalho diário nos clubes e viu críticas de Amorim como forma de valorizar os seus jogadores. Declarações em entrevista exclusiva a O JOGO

Sobre os jogadores que encerraram o seu capítulo na Seleção, Martínez destaca que isso não o deixa triste.Como é a sua relação com os treinadores dos clubes grandes de Portugal, Amorim, Schmidt e Conceição?
-Conheço a exigência do dia a dia, a dificuldade e a falta de foco quando os jogadores pensam na Seleção. Eu tenho uma relação de muito respeito com treinadores. Gostaria de falar com eles todas as semanas e de ter informação importante para mim. Tenho uma relação aberta com eles, mas não falo tudo o que gostaria de falar com eles porque eu conheço totalmente a exigência do dia a dia, pois também fui treinador de um clube na Premier League [Everton e Wigan]. A relação com os treinadores é respeitosa e aberta.
Está resolvido o problema com Rúben Amorim? Como encara as declarações do treinador do Sporting quando o criticou por não convocar, nomeadamente, Pedro Gonçalves?
-Gosto de ser uma pessoa aberta e posso explicar por que razão um jogador não entra na Seleção, porque nós temos um processo muito claro de acompanhamento e a escolha tem um sentido. Quando eu era treinador, gostava de defender e apoiar os meus jogadores de forma pública. Porque isso era uma forma de lhes dar confiança. Mas quando eu era treinador de um clube não acompanhava os outros jogadores que atuavam nas posições dos meus jogadores. Não podia ver os jogos todos da Premier League, da Bundesliga, da La Liga, e por aí fora. Era normal porque tinha de preparar os meus jogos. O Pedro Gonçalves é um jogador com azar, porque a concorrência pela sua posição é muito alta.
Nuno Santos está noutro patamar?
-Gosto do Nuno, mas para ele entrar na Seleção precisa de estar à frente de jogadores como Cancelo, Dalot, Guerreiro e Mendes. Tem muita gente à frente e raramente joga 90 minutos. Precisa de ter um momento para poder abrir a portaFez força para que Rafa e João Mário revertessem a decisão de abandonar a Seleção?
-Tentei. O Rafa foi claro ao manifestar que o seu período com a Seleção estava fechado e, depois, com o João Mário… Quando um jogador toma uma decisão tão importante, precisamos de respeitá-lo. Não valorizo em demasia, nem se trata de ficar triste ou não. Tristeza para mim é quando um jogador num estágio não utiliza da melhor maneira o seu papel. Não foi o exemplo do João Mário. Ele deu tudo no primeiro estágio e, depois, respeitámos a sua decisão.